Trump critica Pix e ex-presidente do BC fala em dor de cotovelo
A recente movimentação do presidente dos Estados Unidos em relação ao Pix chamou a atenção. Para muitos, isso não é apenas uma questão de política, mas também uma defesa das gigantes da tecnologia americanas, como Google, Apple e Meta. Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, comentou sobre isso em uma entrevista à BBC, destacando a eficiência do sistema brasileiro de transações rápidas.
O que aconteceu? O USTR, que é o representante de comércio dos EUA, iniciou uma investigação com base na Seção 301, que permite retaliações econômicas quando se considera que práticas de outros países machucam os interesses norte-americanos. Meirelles acredita que o motivo é claro: o Pix superou em agilidade o sistema de pagamentos dos EUA, que depende muito de empresas de big tech.
Ele também fez um contraponto às críticas de Trump, que argumenta que o Brasil aplica tarifas muito baixas a países como México e Índia, criando uma competição desleal. Meirelles afirma que os impostos brasileiros visam proteger certos setores, sem favorecer um país especificamente. Segundo ele, essa é uma negociação que vai precisar de cedências de ambas as partes.
Outro ponto em discussão é a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, junto com as crises políticas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Meirelles, sempre direto, reforçou que as decisões do Judiciário são inegociáveis, uma mensagem clara sobre a importância da justiça nas relações entre os países.
Tornozeleira em Bolsonaro
Na manhã de uma sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca que resultaram na imposição de uma tornozeleira eletrônica em Bolsonaro. O ex-presidente agora precisa estar em casa entre 19h e 6h, e está proibido de se comunicar com outros réus ou diplomatas, além de não poder sair do Distrito Federal.
A defesa de Bolsonaro ficou surpresa e indignada com as medidas impostas. Eles divulgaram uma nota dizendo que o ex-presidente sempre se mostrou disponível para colaborar com a justiça. O Partido Liberal, ao qual ele pertence, também se manifestou, expressando estranheza em relação às ações da PF. O partido considera desproporcional a medida, uma vez que Bolsonaro não ofereceu resistência.
Durante as operações, a PF apreendeu US$ 14 mil, um celular e um pen drive que estavam escondidos no banheiro da casa do ex-presidente. Ele mesmo se mostrou confuso sobre o pen drive, afirmando nunca ter usado um antes.
Em outra investida, a PF e o Ministério Público de São Paulo apreenderam R$ 5,5 milhões em criptomoedas ligadas ao hack do Pix. Isso ocorreu no contexto de uma operação contra suspeitos do ataque à C&M Software, que levou ao desvio de cerca de R$ 778 milhões de instituições financeiras. Informações como essas colocam em pauta a segurança das transações digitais e a necessidade de proteção contra fraudes.